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Foram cinco dias intensos de aprendizado, relacionamento e realização de um projeto construído por muitas mãos em meio à mais impactante crise sanitária já enfrentada pelo mundo. O sucesso do 44º Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular (CBACV), encerrado em 19 de agosto na cidade de Brasília (DF), já se coloca como legado da nova gestão da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e dos paradigmas que o colegiado vem trabalhando junto ao associado: a união de esforços pelo interesse coletivo das especialidades.

O que fica de legado para a SBACV é que ela amadureceu”, avalia Julio Peclat, presidente da entidade, após cumprir a jornada de conhecimento oferecida pela entidade. “A SBACV amadureceu, cresceu, ganhou corpo e se uniu”, acrescenta. Nessa entrevista, o dirigente faz um balanço sobre o evento, destaca seus marcos mais importantes e antecipa um convite aos associados.

“Eu convido a todos para que, em agosto de 2023, estejamos juntos no Meeting SBACV que estamos preparando na cidade de São Paulo. Será mais um evento grandioso, ancorado em guidelines e nas diretrizes que vamos lançar ainda este ano”. Leia a íntegra dessa entrevista com o presidente da SBACV.

Qual será o principal legado do 44º Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular (CBACV), realizado nesse momento pós-pandemia?

Julio Peclat Nós estamos vivendo um momento histórico para a SBACV e por vários motivos. Eu destacaria, sem dúvida nenhuma, a programação científica de excelência, construída a várias mãos. Neste sentido, quero mencionar o Edwaldo Joviliano e Alcides Araújo, assim como a diretoria atual e a que nos antecedeu, que nos permitiram construir esse grande reencontro. Foi muito sábia a decisão de adiar o Congresso e o que fica de legado para a SBACV é que ela amadureceu. Nossa entidade amadureceu com todo esse processo, como todos nós depois dessa pandemia amadurecemos. Passamos a ver o mundo de outra forma, passamos a ver as nossas prioridades de outras formas. A SBACV amadureceu, cresceu, ganhou corpo e se uniu. Isso ficou muito claro durante nossa assembleia geral, que foi a mais rápida da história. Tínhamos duas candidaturas, tanto para o Eco, quanto para o Congresso de Angiologia e de Cirurgia Vascular, e houve uma harmoniosa combinação. O diálogo prevaleceu acima dos interesses pessoais ou regionais. Não houve disputa. O que houve foi um acerto, uma combinação, a partir do diálogo. Isso é fruto desse amadurecimento da nossa sociedade. Eu estou muito feliz, muito honrado em estar presidente da nossa sociedade nesse momento, que eu considero histórico para todos nós.

Nos encontros dos colegiados – tanto a reunião de diretoria e a assembleia geral, por exemplo – ficaram demonstradas a capacidade de diálogo e a unidade entre as lideranças das especialidades. Como avalia o momento interno da SBCAV?

JP – A negociação em torno dos próximos eventos foi realmente surpreendente, pois não houve nem poderia haver participação da diretoria da nacional no acordo. Fomos informados pelas regionais e ficamos muito felizes quando isso se concretizou na assembleia. É importante dizer que nada vence a força do trabalho. Para que a gente continue forte, temos de estar unidos. Penso que foi essa união e muito trabalho – prestado ao associado, prestado a população – que nos permitiram chegar a esse momento. Durante o Congresso, nós apresentamos alguns resultados desses sete meses da gestão. Tivemos inúmeras conquistas tanto no pilar da produção científica, quanto no da defesa profissional. Pela primeira, nós conseguimos ser ouvidos e estar mais próximos do Ministério da Saúde e da frente parlamentar da medicina. A SBACV tem, agora, assento na Câmara Técnica, onde só tinha cardiologia, hemodinâmica, ablação. Essa é a sexta vez que eu venho a Brasília nesse ano, é aqui que as coisas acontecem e nada é maior, realmente, do que nossa Sociedade. Para que ela se fortaleça, a gente precisa estar unido. A SBACV passou por um período de disputas, de polarizações, como no cenário nacional e internacional, e agora saio desse Congresso leve e com o espírito renovado, com entusiasmo ainda maior para dar continuidade à nossa gestão.

Qual a importância da sessão solene, realizada na Câmara dos Deputados, e como esse evento reforça o trabalho institucional que a SBACV faz em Brasília?

JP – Foi um evento marcante e muito importante para a nossa entidade. Ele vai contribuir para fortalecer nossa representação em todos os espaços estratégicos para as especialidades. É como a relação da SBACV com a Associação Médica Brasileira: nós estivemos lá, nos aproximamos do presidente da AMB e de toda sua diretoria, e fomos recebidos com um carinho enorme por eles. Quem fez a abertura do SBACV Capacita, que é o primeiro curso de reciclagem e capacitação sem ônus adicional para o associado, foi o próprio presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes. Esse foi o primeiro curso neste modelo oferecido pela SBACV nacional na história, um curso presencial. O presidente da AMB fez questão de ir aos dois auditórios lotados e falar da importância da SBACV e de um curso como esse para a sociedade médica. Isso só nos mostra que estamos no caminho certo. Estivemos também no CFM e conseguimos triplicar o número de representantes na Câmara Técnica do Conselho Federal de Medicina. Ele sempre esteve ao nosso lado e nos homenagearam com essa emocionante sessão solene.

Quais foram os pontos altos da programação do Congresso e o que o médico associado levou para casa?

JP – O associado levou para casa uma vasta possibilidade de conhecimentos. Fizemos um Congresso enorme, em que se falou de tudo: a cirurgia vascular e a angiologia são duas especialidades muito ricas e o Congresso mostrou isso. Além disso, tivemos mesas de defesa profissional, para valorizar as nossas especialidades. Eu destacaria também o investimento nos residentes, com mesas voltadas também para o residente; e as ligas acadêmicas de angiologia e de cirurgia vascular.

Quais são os próximos passos da SBACV: o que o associado deve esperar da entidade?

JP – Essa carência de encontros, fruto da pandemia, trouxe para esse congresso tanto o médico mais experiente quanto os jovens. Nossa sociedade precisa muito de renovação. Hoje, somos 4.200 associados e metade deles tem mais de 50 anos. Então, tudo que a gente trabalha é para atrair o público jovem. O residente paga um quarto da anuidade para que possa ser estimulado a permanecer na entidade. Por exemplo, o SBACV Capacita é voltado tanto para o público jovem, como para o profissional mais experiente, para reciclagem. Estamos mudando todo o processo de titulação da nossa sociedade, as provas a partir de agora já serão capazes de medir a habilidade do candidato e não apenas a memorização do conhecimento. Será referenciada nos steps americanos. Temos ainda a defesa profissional, que é a maior demanda do cirurgião vascular e do angiologista no Brasil. O nosso DNA, o DNA dessa diretoria, é a defesa profissional. Isso é tudo o que o médico jovem precisa, mesmo que ele não saiba ainda que precisa.

O que gostaria de acrescentar?

JP – Eu quero parabenizar imensamente a Comissão Organizadora do Congresso na figura do seu presidente, doutor Antônio Carlos. Ele realmente se destaca como uma grande liderança da nossa sociedade e mostrou sua capacidade de trabalho, de agregação. Foi uma ação política muito bem-feita, de consenso, e, para mim, é isso o mais importante. Quero também agradecer imensamente a todos que integraram o grupo que organizou, sem dúvida nenhuma, um dos maiores Congressos da história da nossa SBACV, e à minha diretoria executiva, que tem dado todo o apoio e dedicação necessários ao fortalecimento da nossa entidade.

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